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Destaques

Lançamento do Unicom Conflitos reúne profissionais para debate com alunos

A nova edição do Jornal Unicom, produzida em cima do tema “Conflitos que transformam”, teve o lançamento oficial na noite dessa segunda-feira, 27, em um evento onde o assunto central da publicação foi debatido. Mediado pelo professor Demétrio de Azeredo Sóster, o debate iniciou após as 19h30, no auditório do Memorial da Unisc, e teve como convidados à mesa o jornalista Rodrigo Lopes, a psicóloga e socióloga Gabriela Maia e o sociólogo e professor Luiz Augusto Campis. No primeiro momento, os três convidados tiveram a oportunidade de falar sobre conflitos que transformam – para o bem ou para o mal – a partir das perspectivas profissionais e pessoais de cada um. Quem deu início a essa fase foi Gabriela, que tratou majoritariamente sobre questões de gênero e a violência acerca disso. Dando sequência, com uma perspectiva mais sociológica, Campis falou sobre a Teoria do Conflito Social, de Karl Marx, relacionando-a com a realidade. Para finalizar, Lopes fez uma breve apresentação so

A morte em canção

Se a certeza da morte é algo que incomoda a todos nós, é plenamente natural que haja um vasto repertório de reflexões a respeito dela na produção artística de qualquer país. De fato, são muitos os artistas brasileiros que já se debruçaram sobre esse tema. Se prestarmos atenção apenas no trabalho dos músicos, já encontramos a morte analisada sob diversos ângulos. Alguns falaram dela de forma despreocupada e bem-humorada como, por exemplo, Dorival Caymmi. "É doce morrer nas ondas verdes do mar", disse ele. Ataulfo Alves foi por um caminho parecido e garantiu: "Quero morrer numa batucada de bamba, na cadência bonita do samba".

Outros criaram versos mais melancólicos, como Cazuza que, prestes a morrer, admitia sua fraqueza: "Vida, louca vida, já que eu não posso te levar, quero que você me leve". Sérgio Britto, dos Titãs, musicou o que seriam palavras de remorso grafadas em seu túmulo: "Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer". Chico Buarque narrou em um de seus maiores clássicos os últimos momentos da vida de um homem: despediu-se da família, escalou uma construção, tropeçou, se acabou no chão e "morreu na contramão atrapalhando o tráfego".

Nenhum deles, no entanto, foi tão sensível quanto o mestre Raul Seixas em seu Canto para minha morte. Em parte cantando e em parte recitando, Raulzito fala da morte como "uma das tantas coisas que não escolhi na vida". Ele fala da morte que vem antes da hora ("um escorregão idiota num dia de sol"), das coisas que ficam para trás ("será que ela vai esperar eu apagar o cigarro?") e ainda faz um apelo: "Vista-se com tua mais bela roupa quando vieres me buscar".

Se a morte é capaz de nos assustar, é também capaz de nos inspirar. Termino a postagem com mais um trecho da canção de Raul Seixas. Quem nunca a ouviu, recomendo. É tão bela quanto perturbadora.

"Vou te encontrar vestida de cetim
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo, mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar
Eu te detesto e amo
Morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida"

Comentários

  1. Nada como um post regado a trechos de música e inspiração para dar um "up" no blog....

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  2. Faltou aquela do Noel que coloquei num cometário aí em baixo:

    Quando eu morrer
    Não quero choro nem vela
    Quero uma fita amarela
    Gravada com o nome dela

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  3. boa lembrança, gelson.
    não me lembrei desta do Noel Rosa.

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