Durante as leituras do semestre como forma de preparação para a próxima edição do Unicom, ou mesmo durante as pesquisas feitas para escrever as reportagens do jornal-laboratório, algumas curiosidades são encontradas. Uma delas, talvez um pouco óbvia para quem lembra do conteúdo de história do Ensino Médio, mas ainda assim interessante de saber, é sobre como a população no período histórico denominado Idade Média vivia atormentada pelo medo.
Divulgação: História do Mundo
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População acreditava que mulheres e homens, mas principalmente mulheres, sofriam influências do mal |
Esses medos, de uma forma geral, estavam muito ligados à religião. Todas as pessoas possuíam, segundo os estudos do historiador Jean Delumeau, um medo terrível de tudo o que estivesse associado ao mal, como por exemplo, o diabo, as bruxas e os demônios sexuais, como os Incubus e Sucubus.
O pesquisador explica que a religião se utilizava de muitas "historinhas" para tentar guiar e manter a população por um caminho religioso. Esses contos, que envolviam o diabo e seus ajudantes, dentre eles as bruxas, acabaram entrando no imaginário da população e serviam de explicação para todas as coisas ruins que aconteciam.
Muitas coisas terríveis foram feitas durante a Idade Média por causa desse "agente causador do medo", um exemplo, é a caça às bruxas, a instituição do Tribunal do Santo Ofício que ganhou força especialmente porque se disseminou como sendo um combate ao mal.
Reprodução/Wikipedia
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O Malleus Maleficarum foi um livro escrito para ajudar os inquisidores a
julgarem quem eram as bruxas e demais seres endemoniados |
Sabe-se, no entanto, que o próprio Tribunal do Santo Ofício acabou se tornando fonte de medo em muitas comunidades, em especial para o sexo feminino, pela prática de torturar mulheres e queimá-las vivas - entre outras sentenças - sem ter prova de "crime", que nesse caso era o pacto com entidades diabólicas.
Mas nem só de medos imaginários foi feita a Idade Média. O medo de doenças, que naquele período não possuíam qualquer tratamento adequado, também era real e estava sempre presente. Um exemplo disso é a Peste Negra, ou Peste Bubônica, uma doença que rapidamente evoluiu para uma pandemia no século 14 e que dizimou entre 25 e 75 milhões de pessoas, o que corresponde a mais ou menos um terço da população europeia do período.
Reprodução/Ciência Hoje
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Quadro do francês Michel Serre (1658-1733) mostra Marselha, na França,
durante a epidemia de Peste Negra em 1721 |
A própria peste, juntamente com as constantes guerras, a caça às bruxas, a perseguição aos Judeus e uma degradação da sociedade em comparação com o que já havia sido em tempos antigos, serviu de base, sustentou o medo, inclusive da morte, e fixou esse sentimento de forma tão forte na população que algumas das crenças ainda hoje não foram totalmente superadas.
Quer saber mais sobre essa história toda? Basta procurar o livro História do Medo no Ocidente de Jean Delumeau.
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