Pular para o conteúdo principal

Destaques

Lançamento do Unicom Conflitos reúne profissionais para debate com alunos

A nova edição do Jornal Unicom, produzida em cima do tema “Conflitos que transformam”, teve o lançamento oficial na noite dessa segunda-feira, 27, em um evento onde o assunto central da publicação foi debatido. Mediado pelo professor Demétrio de Azeredo Sóster, o debate iniciou após as 19h30, no auditório do Memorial da Unisc, e teve como convidados à mesa o jornalista Rodrigo Lopes, a psicóloga e socióloga Gabriela Maia e o sociólogo e professor Luiz Augusto Campis. No primeiro momento, os três convidados tiveram a oportunidade de falar sobre conflitos que transformam – para o bem ou para o mal – a partir das perspectivas profissionais e pessoais de cada um. Quem deu início a essa fase foi Gabriela, que tratou majoritariamente sobre questões de gênero e a violência acerca disso. Dando sequência, com uma perspectiva mais sociológica, Campis falou sobre a Teoria do Conflito Social, de Karl Marx, relacionando-a com a realidade. Para finalizar, Lopes fez uma breve apresentação so

O poço


Acredito que uma dia todo mundo vai ter a sua indiada. Pode ser que ela ainda não tenha acontecido, mas certamente, o grande dia virá. Às vezes é preciso esperar ou viver anos para que determinada coisa aconteça. Hoje, por exemplo, aconteceu algo que eu temia há mais de vinte anos.



Não foi bem uma indiada, mas um fato que me deixou completamente abalada. Hoje à tarde, ao chegar na chácara do meu pai, vi que ele estava debruçado sobre o poço, que fica ao lado da casa. Quando me aproximei ele logo falou: - Nem é bom tu ver o que tem aqui dentro.


Com isso, eu já sabia o que estava lá embaixo, imerso nas águas escuras e frias. Certamente era um gato. Antes de subir, pensei: Qual dos doze bichanos poderia ser? Sim, uma dezena e duas unidades de gato vivem lá. Então, sem querer adivinhar, subi e olhei.


Foi triste o instante em que reconheci o corpo. Mais ainda quando conseguimos trazê-lo para fora do imenso buraco. Nesse momento tive a certeza. O pobre animal era a gata mais velha da turma, uma das mais queridas também.


Carreguei o corpo até a mata, onde foi enterrado. Nesse momento, diversas lágrimas já pingavam sobre a terra repleta de folhas secas. Então, pensei como deve ter sido terrível a morte do animal.


Pensei também como deve ser quando morre uma criança, um jovem ou um adulto nas mesmas circunstâncias. Um fim de vida, no mínimo, cruel. Saí dali triste, calada. Era apenas um gato, mas representava muito para mim.


Só de pensar de quando era criança, quando minha avó ainda morava naquela casa, quando eu ainda acariciava os gatos sobre o poço, quando temia que um deles pudesse cair lá dentro, quando um adulto me dizia que isso era bobagem. Só de pensar nisso cheguei à conclusão de que meus pensamentos e preocupações nem sempre foram tão inúteis e desinteressantes quanto pareciam. Demorou vinte anos, mas agora, finalmente, eu aprendi.

Comentários

Postagens mais visitadas