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Destaques

Lançamento do Unicom Conflitos reúne profissionais para debate com alunos

A nova edição do Jornal Unicom, produzida em cima do tema “Conflitos que transformam”, teve o lançamento oficial na noite dessa segunda-feira, 27, em um evento onde o assunto central da publicação foi debatido. Mediado pelo professor Demétrio de Azeredo Sóster, o debate iniciou após as 19h30, no auditório do Memorial da Unisc, e teve como convidados à mesa o jornalista Rodrigo Lopes, a psicóloga e socióloga Gabriela Maia e o sociólogo e professor Luiz Augusto Campis. No primeiro momento, os três convidados tiveram a oportunidade de falar sobre conflitos que transformam – para o bem ou para o mal – a partir das perspectivas profissionais e pessoais de cada um. Quem deu início a essa fase foi Gabriela, que tratou majoritariamente sobre questões de gênero e a violência acerca disso. Dando sequência, com uma perspectiva mais sociológica, Campis falou sobre a Teoria do Conflito Social, de Karl Marx, relacionando-a com a realidade. Para finalizar, Lopes fez uma breve apresentação so

Escrever em diários é hábito antigo

Os dois principais significados da palavra hábito, segundo o Dicionário Michaelis são:

há.bi.to
sm (lat habitu) 1 Inclinação por alguma ação, ou disposição de agir constantemente de certo modo, adquirida pela freqüente repetição de um ato: O hábito de fumar. 2 Comportamento particular, costume: Ele tem o hábito de falar alto.

Após muitas conversas para chegar à conclusão de que o Unicom teria este tema, chegou o momento de definir as pautas e qual rumo seguir, para que a matéria tenha um caráter extremamente singular. O hábito que me chamou atenção foi a história de uma mulher que mantém um diário há oito anos e escreve todos os dias sobre as coisas que mais lhe chamaram atenção. Hoje, a tecnologia permite que os mesmos diários possam ser escritos através do computador, com a criação de um blog. Mas a peculiaridade de Loiva Kohl, que trabalha em casa como costureira e tem a possibilidade de fazer uso do papel e caneta para registrar alguns momentos de sua vida chama bastante atenção.

Segundo a dissertação apresentada ao Mestrado em Comunicação e Cultura Contemporâneas, da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia por Rosa Meire Carvalho de Oliveira, com o título "Diários públicos, mundos privados: Diário íntimo como gênero discursivo e suas transformações na contemporaneidade", embora o caráter privado do diarismo tenha modelado o conceito de diário que hoje se conhece, esse modelo de escrita nasce bem antes, no oriente, com as mulheres da corte de Heian (794-1185), no Japão, que já no século X mantinham pillow books (livros de cabeceira) privados. Entre os mais antigos está o diário da poeta Sei Shonagon (966/67-1013?), considerado "o melhor recurso moderno sobre a corte no período de Heian''. O diário de Shonagon, intitulado Makura no Soshi - que cobre o período em que a poeta esteve na corte -, consiste de memórias sobre as vívidas impressões e observações da diarista. Ele é dividido em categorias como Coisas irritantes, Coisas que distraem em momentos de chateação, dentre outras, onde Shonagon lista e classifica as pessoas, eventos e objetos em torno dela. O pillow book pertence ao gênero do zuihitsu (escrita rápida), e outros diários da corte de Heian indicam que eles podem ter sido mantidos por homens e mulheres.

Como podemos ver nesse trecho da dissertação, os diários já existem há bastante tempo. Décadas atrás, a tradição de escrever em diários pessoais era muito comuns entre as adolescentes, que tentavam estabelecer algum tipo de diálogo com ele para resolver seus problemas, muito comuns nessa fase de transição. A famosa frase inicial Meu querido diário... já demonstra isso.

Loiva escrevia em sua juventude, sempre gostou de escrever. Mas eram cartas para os amigos e parentes. Na época, até os namoros surgiam muitas vezes pelas correspondências. A escrita ajudou Loiva quando passou por momentos difíceis da vida, em que servia com desabafo. Hoje, escreve porque gosta e também por outro motivo: é um hábito. Anota muita coisa, como entrevistas interessante, pensamentos e com as palavras, acredita que pode ajudar outras pessoas que atravessam dificuldades. Os registros de agora não são mais de tristeza, apenas de alegria. Até a previsão do tempo vai para as linhas do diário.

Isso foi apenas uma prévia. Para saber mais, aguarde e leia o Unicom que está prestes a sair. Além dessa, outras histórias interessantes estão por vir, como os colegas tem adiantado aqui no blog. Também tem a enquete em que todos podem participar, além dos conteúdos em áudio e vídeo que o nosso editor multimídia tem disponibilizado por aqui, além das fotos da turma no Flickr. Bom, agora vou lá. Tenho o hábito de assistir o Jornal da Globo e depois beber dois copos de água gelada antes de ir dormir e também...

João Cléber Caramez
Verão - Lua Nova
Março 2010

Comentários

  1. Tenho certeza que sua matéria ficará muito legal, João.

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  2. É interessante que um hábito como esse se preserve ainda nos dias de hoje, quando a intimidade é tão pouco valorizada. Sem falar que é uma atividade que exige um recolhimento também bastante incomum, principalmente pelo fato d'ela escrever à mão.

    Fantástica tua história, João. Aguardamos pela matéria!

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