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Faz Parte II, ou O Chá de Poltrona
Mas uma vez que nosso trabalho depende de terceiros para acontecer, certas obrigações se impõem. E uma delas é saber esperar. Está claro: precisamos de tal informação que tal indivíduo tem, então esperamos pelo tal indivíduo o tempo que for necessário. E ponto. Quem não tem paciência ou não suporta um chá de cadeira, sinto muito, está na profissão errada. Tente Engenharia Agrícola.
Como repórter do Unicom, passei por duas situações dessas. Uma, na noite em que retornei à casa da família que havia entrevistado semanas antes, para fazer fotografias. Eles são cinco, mas dois não estavam. Haviam se atrasado. Gastei uma meia hora sentado na sala de estar conversando com a mãe - aquelas conversas que começam com "Friozinho hoje, né" e "A casa de vocês é bonita" e sempre são seguidas de um silêncio constrangedor. Depois, assisti a um dos filhos fazer o tema da escola, supervisionado pela mãe. Ah, detalhe: eles são de Atenas e só se falam em grego. Imaginem minha cara.
Um legítimo chá de cadeira (na verdade, de poltrona) eu tomei na minha primeira entrevista. Não foi por má vontade da fonte. É que ele é pediatra e estava de plantão no hospital. Quando cheguei, havia uma fila de pacientes, e evidentemente tive que aguardar que atendesse a todos para ser recebido. Mas tudo bem, a poltrona era confortável e havia um nenê muito simpático com quem me distraí. Eu só dispensaria a garotinha que escolheu um ponto bem ao meu lado para vomitar.
Só.
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