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Lançamento do Unicom Conflitos reúne profissionais para debate com alunos

A nova edição do Jornal Unicom, produzida em cima do tema “Conflitos que transformam”, teve o lançamento oficial na noite dessa segunda-feira, 27, em um evento onde o assunto central da publicação foi debatido. Mediado pelo professor Demétrio de Azeredo Sóster, o debate iniciou após as 19h30, no auditório do Memorial da Unisc, e teve como convidados à mesa o jornalista Rodrigo Lopes, a psicóloga e socióloga Gabriela Maia e o sociólogo e professor Luiz Augusto Campis. No primeiro momento, os três convidados tiveram a oportunidade de falar sobre conflitos que transformam – para o bem ou para o mal – a partir das perspectivas profissionais e pessoais de cada um. Quem deu início a essa fase foi Gabriela, que tratou majoritariamente sobre questões de gênero e a violência acerca disso. Dando sequência, com uma perspectiva mais sociológica, Campis falou sobre a Teoria do Conflito Social, de Karl Marx, relacionando-a com a realidade. Para finalizar, Lopes fez uma breve apresentação so

Ping-pong com João Pedro Schimdt, cientista político



“Não há como escapar das decisões políticas. Quem não tem consciência é uma espécie de joguete das forças que disputam e exercem o poder”.

Unicom entrevista João Pedro Schmidt, cientista-político, sobre o envolvimento da população com a política.


Como a sociedade se envolve com a política?

A política nunca foi e nunca será algo distante da sociedade. A política é uma dimensão em que os interesses de diferentes segmentos sociais se manifestam, prevalecendo, em geral, as vontades dos setores mais organizados e poderosos. Empresas, organizações sociais, a mídia e outros setores influentes, têm íntima relação com a política e os políticos. Quanto aos cidadãos, cerca de 5%, segundo autores, acompanham e participam frequentemente da política. A maior parte tem um interesse mediano e só se envolve politicamente de forma esporádica, como nas eleições. Há ainda uma parte razoável, média de 20% das pessoas, que não tem interesse, não conhece e não acompanha assuntos políticos.

As pessoas entendem e são ensinadas a entender política?

Só se entende aquilo que se busca conhecer. Se levarmos em conta o que dito acima, as pessoas que acompanham regularmente assuntos políticos acabam entendendo aspectos fundamentais da política, por exemplo, a ideologia dos governantes e dos principais partidos, a história das principais lideranças, as forças que disputam o poder, e a sua representação, e o que já fizeram no passado. A escola e a universidade são lugares importantes de aprendizado da política, mas a maioria dos estudantes acaba se formando com poucas noções de política e sem nenhuma vivência mais significativa, relacionada a esta dinâmica. Em termos amplos, o aprendizado da política é um processo que envolve as variadas instituições da sociedade (família, escolas, mídia, empresas, igrejas), os amigos e o ambiente social no seu conjunto.

Qual a importância da consciência da população sobre a política?

Na esfera política se decidem as grandes questões da vida social. Não há como escapar das decisões políticas. Quem não tem consciência é uma espécie de joguete das forças que disputam e exercem o poder. Quem tem consciência política tem muito mais condições de fazer escolhas que beneficiem a si e à comunidade à qual pertence.

Há participação da comunidade na política local?

Historicamente, Santa Cruz do Sul e municípios da região têm uma importante tradição de participação e organização comunitária, nas igrejas, escolas, associações e entidades. Na política, a participação não tem a mesma vitalidade e é semelhante a outros municípios do estado e do país. Os partidos estão organizados, possuem um razoável número de filiados segundo o padrão nacional, cerca de 90% dos eleitores comparecem para votar nas eleições, a participação em consultas populares, audiências e espaços de participação também é razoável. Podemos e devemos avançar mais.

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