O destino – para quem acredita nele – é mesmo algo curioso. Achei incrível o post
“Em busca da fonte, ela entra pela porta”, da colega Leticia Wacholz. Engraçado, não? Letícia sempre volta para sua casa, em Venâncio Aires, no ônibus amarelo. Naquele dia, quinta-feira da semana passada, decidiu pegar a van. Letícia não tinha case para sua matéria do Unicom. Até que decidiu pegar a van. Seu case também precisava voltar para casa e escolheu a van. Assim como Letícia, pelo menos desta vez, não quis o ônibus amarelo.
Pois saibam que comigo não foi muito diferente. Minha pauta estava decidida. Ao professor, fiz um único pedido. “Eu quero falar de gente. Contar histórias.” O problema era encontrar essa “gente” para contar as tais "histórias". Assim como a pauta da maioria dos colegas, a minha matéria irá abordar um assunto um tanto quanto delicado. O que a torna ainda mais desafiadora.
Depois de apresentar minha pauta ao professor e à editora Eduarda Pavanatto, discutimos sobre alguns aspectos daquele projeto de matéria – sim, projeto de matéria, pois é isto que a pauta é – e fui pensar. Eu precisava de, pelo menos, duas fontes com problemas semelhantes. Foi quando veio o “clique”. Aquele, famoso, de quando acordamos para algo que é óbvio mas que antes de ser não parecia, sabe? Quando sentei à mesa com o professor e a Eduarda, eu tinha, em mente, um projeto de fonte. Foi do caminho desta mesa para o meu lugar na sala de aula que aconteceu o “clique”. Foi do caminho desta mesa para o meu lugar na sala de aula que surgiram aqueles que serão a “gente” da “história”. Aquilo que, enfim, eu tanto queria.
Uma coisa ligou-se a outra e, em instantes, surgiram minhas fontes. Mas eu ainda precisava de uma confirmação. Como minha mãe sempre me salva – em todos os sentidos possíveis –, bastou uma ligação. “Sim, filha. Vai dar certo.” Foram exatamente estas as palavras dela quando contei o que planejava. E foi este o empurrãozinho que faltava. Contarei uma história. Uma história sobre gente. Uma história que conheço – ainda não com toda profundidade que desejo apresentar a vocês –, mas que nunca foi contada. É claro que a proximidade assusta. Eu, no meu papel de repórter, quero ouvir. Sem invadir, sem amedrontar. Outra colega, a Bianca Cardoso, já lembrou em seu post
“Um convite que intimida” que a linha que separa a escuta e a invasão é tênue, quase invisível. Portanto, caros e caras, sabemos o que é preciso para se contar uma boa história sem ferir: cuidado. Todo o prazer da escuta bastará.
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