"Há livros que nascem clássicos. Este é o caso do O Papel do Jornal." Assim inicia a apresentação do livro de Alberto Dines, realizada pelo professor José Marques de Melo. É realmente uma obra fantástica, que mostra o papel que um jornal e um jornalista tem diante da sociedade. Podemos afirmar que o livro traz textos vitais para o debate da imprensa, principalmente, da responsabilidade e dos efeitos de uma veículo de comunicação.
Por mais que muito tenha avançado da década de 70 para cá, os ensinamentos de Dines continuam atuais, se encaixando perfeitamente no nosso cotidiano. Dos segredos e estratégias de se fazer jornal, pouco mudou. Mas sim, os jornais estão em constante reinvenção.
Da minha leitura pelas 159 páginas, selecionei um trecho para compartilhar aqui no blog Unicom, pois vão ao encontro do que que nós, estudantes, futuros jornalistas nos propomos a fazer e já estamos podendo testar na produção do jornal-laboratório. Uma delas é a arte da entrevista, que no meu ponto de vista é o ponto-chave de toda a produção de um bom texto, uma boa reportagem.
Podemos ter o dom da escrita, saber escolher e agrupar bem as palavras, mas só vamos impressionar se tivermos o que falar. Muitas vezes um repórter pode ter até uma história perfeita em mãos, mas ela só terá este valor ao leitor, se soubermos como contar.
O jornalista é quem indaga, questiona, decide o enfoque da notícia, a pergunta ao entrevistado e a escolha do próprio entrevistado. Ao chefe do mesmo, cabe, sobretudo, verificar veracidade, importância e definir o destaque a ser dado. “Ao escrever, cada palavra é uma decisão, cada informação, uma decisão, cada orientação, decisão.” (DINES, 1986, p.120)
Na produção do Unicom, tanto na primeira edição do semestre (2014/1), como agora, as perguntas da entrevista foram devidamente estudadas e programadas para que o resultado fosse e seja satisfatório. Não pode faltar nenhum detalhe, não podem haver espaços para dúvidas. Na primeira entrevista, com o Seu Orlei - homem de 43 anos que perdeu a visão aos 19 - pisei fundo, aprofundei. Antes de sair de casa, relacionei dezenas de perguntas. Não só apliquei todas, como também, fiz dezenas de outras, a partir do que ele me contava e ia me despertando dúvidas. Por isso, cabe ao entrevistador ter também poder de argumentação e prestar atenção na fala da sua fonte. Acima de tudo, curiosidade aguçada e uma boa dose de sensibilidade. Para a próxima reportagem, que já está quase saindo do forno, apliquei pelo menos umas 50 perguntas, a fim de captar cada detalhe, sentimento, curiosidade. Não deixei, espero, nada escapar, para trazer aos leitores do Unicom, uma grande história! Ficaram curiosos? Aguardem, logo, logo, conto mais!
“Os homens só não
se comunicam quando separados, no tempo e nos espaço, de seus
semelhantes” (DINES, 1986, p.76)
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