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Destaques

Lançamento do Unicom Conflitos reúne profissionais para debate com alunos

A nova edição do Jornal Unicom, produzida em cima do tema “Conflitos que transformam”, teve o lançamento oficial na noite dessa segunda-feira, 27, em um evento onde o assunto central da publicação foi debatido. Mediado pelo professor Demétrio de Azeredo Sóster, o debate iniciou após as 19h30, no auditório do Memorial da Unisc, e teve como convidados à mesa o jornalista Rodrigo Lopes, a psicóloga e socióloga Gabriela Maia e o sociólogo e professor Luiz Augusto Campis. No primeiro momento, os três convidados tiveram a oportunidade de falar sobre conflitos que transformam – para o bem ou para o mal – a partir das perspectivas profissionais e pessoais de cada um. Quem deu início a essa fase foi Gabriela, que tratou majoritariamente sobre questões de gênero e a violência acerca disso. Dando sequência, com uma perspectiva mais sociológica, Campis falou sobre a Teoria do Conflito Social, de Karl Marx, relacionando-a com a realidade. Para finalizar, Lopes fez uma breve apresentação so

Jornalismo vale a pena?

Hoje reproduzo um texto que li no site Coisas de Jornalistas (www.coisasdejornalistas.com.br). É um retrato da atual situação da nossa profissão e, principalmente, um momento de reflexão para nós que estamos na reta final da graduação e uma avaliação aos interessados em cursar essa habilitação.

Confira o texto do repórter Rafe Aguiar:

Vale a pena fazer jornalismo? Talvez sim. Talvez não. É preciso levantar alguns pontos e colocar na balança para ver o que vale a pena para você. O que mais se escuta é que é uma profissão com mercado saturado. Mas que área não está? Faculdade não é sinônimo de emprego assegurado, mas é uma garantia entre outros profissionais de qualquer área. E verdade seja dita: não é tão fácil viver de jornalismo.

As redações estão cada vez mais enxutas com as a demissões em massa, noticiadas nos últimos meses pelos Portais Imprensa e Comunique-se. A violência contra os profissionais da área também é outra temática assustadora. Para complementar a lista de pontos negativos, há a reclamação constante sobre a falta de qualidade de vida que os jornalistas têm, que nos garantiu a 4° colocação de pior atividade profissional no Canadá, segundo o ranking feito pelo site Adzuna.com.

São jornadas de trabalho intermináveis, com o objetivo utópico de alcançar salários astronômicos ou conquistar grande notoriedade em território nacional. Que atire a primeira pedra quem nunca escutou a brincadeirinha “Então você será o próximo William Bonner/Fátima Bernardes?”. Mas a realidade é que há mais oportunidades para estágio, ou empregos que não te dão aquele respaldo que o trabalhador tem direito, como Fundo de Garantia, INSS, e férias remuneradas.

A torcida contra a escolha para esta carreira será grande. E em partes, há razões para isso. Fazer jornalismo não é passar quatro anos em frente à uma câmera aprendendo a dar boa noite e como controlar sua voz e expressão facial. São cerca de oito semestres (dependendo da grade da faculdade que o universitário escolher) de estudos a respeito de temas como as mídias, teorias da comunicação, estudos da linguagem, fotografia, história, arte, cultura, entre tantos outros temas.

Se o seu sonho é fazer jornalismo, você precisa ter noção de que o gosto por leitura, escrita, dar opinião são apenas alguns dos pré-requisitos para quem quer se tornar um profissional. Ser jornalista é uma questão de instinto, de saber olhar e ver o mundo com olhar crítico. Ser auto-crítico. Para fazer uma matéria, o jornalista mergulha em um universo de informações para se aprofundar e conseguir falar sobre o assunto com clareza, deixando o repórter com uma bagagem cultural grande.

O piso salarial, que varia de região, mídia e tempo de trabalho, e não é o maior atrativo da profissão. O piso salarial mais alto, na teoria, é pago pelos Jornais e Revistas do Interior, com jornada de trabalho de 5 horas diárias, que fica na faixa R$ 2.235,00, segundo a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Os dados regionalizados e categorizados podem ser conferidos no site da Fenaj. Porém, em estados como Amazonas, Amapá, Rondônia e Roraima não há um valor estabelecido.

A questão do salário é importante, mas é preciso lembrar que isso não é uma exclusividade do jornalismo, e muito menos é resultado de crises políticas e/ou econômicas. A desvalorização é apavorante. Haverá casos de que o jornalista tenha que se submeter à situações desagradáveis, como trabalhar de graça ou recebendo um salário mínimo (às vezes até menos). Mas não há males que não tenham soluções: para esses casos, os jornalistas podem apelar para uma infinidade de freelances que o mercado pode oferecer.

Outro mito é a falta de rotina. Jornalismo é fazer mais do mesmo. Só que o resultado vai do profissional, pois sempre há uma nova perspectiva para um mesmo fato. A verdade é multilateral e se baseia sobre o certo e o errado. Senso crítico, curiosidade e atenção são ferramentas essenciais para obter esse sucesso.

Passar sufoco, receber ameaças e propostas, correr riscos de vida, coisas que às vezes a rotina nos proporciona, fazem o jornalismo ser tão emocionante. Jornalismo é uma paixão pela vida e amor pela humanidade, unidos por um idealismo concreto, que te dará forças para brigar pelo meio ambiente, a ciência, a cidadania ou os direitos humanos. Jornalismo é um um estado de espírito permanente, e não ocasional, uma atitude ética. Muitos se enganam com o falso glamour e o poder da profissão.

A internet é uma alternativa interessante para o jornalismo. Com a ajuda das redes sociais, é possível você alcançar o seu público alvo, seja ele quem for e onde estiver. Mas, para isso, é preciso de investimento e muito estudo. Ou, fazer algo que viralize, como acontece com Youtuber. A Kéfera, por exemplo, já chegou afirmar que ganha mais do que alguns atores da Rede Globo. Ou seja, há esperança de você conseguir ser um jornalista consagrado, nem que seja na internet.

Se você leu até aqui sem perder a fé, eu tenho uma péssima notícia para te dar: você está apaixonado por essa profissão. A melhor parte é apenas “ser” jornalista. Se envolver com uma outra realidade ao fazer uma matéria, o aprendizado conquistado a cada dia, novas histórias que são ouvidas. E o nosso trabalho é o mais reconhecido. Sim, aquele seu texto do impresso que virou banheiro para o cachorro do vizinho foi admirado por alguém.

Mesmo que pareça impossível, o jornalista é quase um heroi. Ele pode mudar o mundo com o poder do seu bloquinho de anotações (ou gravador, para os mais moderninhos). Ser sempre bem informado, poder escrever um livro contando as histórias que você ouviu. Jornalismo não é uma condição temporária, é um estado de espírito.

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